segunda-feira, 23 de junho de 2025

GOIABEIRA (Psidium guajava)


A goiabeira é uma árvore bastante conhecida e apreciada no Brasil, especialmente pelo seu fruto saboroso e nutritivo: a goiaba. A espécie destaca-se pela sua robustez e adaptabilidade, evidenciada pela capacidade de rebrotação a partir de gemas localizadas no caule e raízes, característica que contribui para sua persistência em diversos ambientes, especialmente em pastagens onde compete com gramíneas, impactando a qualidade do campo para a pecuária.

Distribuição Geográfica:

Norte (Acre, Amazonas)

Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Sergipe)

Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)

Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)

Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)

Domínios Fitogeográficos: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa

Espécie Nativa

Suas características


A goiabeira (Psidium guajava L.), pertencente à família Myrtaceae, é uma árvore de pequeno a médio porte, que pode atingir até 10 metros de altura, mas normalmente é de pequeno porte, com casca fina que se descama, o que lhe dá um visual característico. Apresenta folhas simples, opostas e de textura ligeiramente rugosa, além de flores brancas que florescem tipicamente entre os meses de dezembro e março. Seus frutos, as goiabas, são reconhecidos pelo elevado valor nutricional, especialmente pelo alto teor de vitamina C.


Uma curiosidade interessante é que a goiabeira também pode ser considerada uma planta invasora em áreas de pastagem, pois seus frutos são consumidos por animais silvestres e pelo gado, que acabam espalhando as sementes pelo pasto, facilitando o crescimento espontâneo da planta, sem contar alguns desafios na sua podação para alguns produtores rurais pois essa espécie possui uma grande capacidade de rebrotação, ou seja, mesmo após a poda ou corte, ela pode crescer novamente a partir das raízes e gemas do caule.

Usos da Goiabeira

A goiabeira é amplamente cultivada devido ao seu fruto, que possui grande valor nutricional e é utilizado na alimentação humana em diversas formas, como consumo in natura, sucos, geleias, doces e outros produtos derivados. O fruto é rico em vitamina C, fibras e antioxidantes, sendo reconhecido por seus benefícios à saúde.

Além do uso alimentar, a espécie possui aplicações na fitoterapia popular, onde as folhas são utilizadas para o preparo de chás destinados ao tratamento de distúrbios digestivos e inflamações. Pesquisas científicas corroboram algumas dessas propriedades medicinais, o que aumenta o interesse pela planta em estudos farmacológicos. No paisagismo, a goiabeira também é cultivada pela beleza de suas flores e frutos, sendo uma opção para quintais e hortas domésticas.

 

Referência:

FLORA DO BRASIL – JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Consulta pública: Psidium guajava. s.d. Disponível em: <https://l1nk.dev/ETP2N>. Acesso em: 04 jul. 2025.

ANDRADE, C. M. S. de; ZANINETTI, R. A.; FERREIRA, A. S. Goiabeira (*Psidium guajava*). In: *Manejo de plantas daninhas em pastagens da Amazônia*. Embrapa Acre, 2015. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1029524/1/25801.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2025.

ACEROLA (Malpighia emarginata)


A Malpighia emarginata, conhecida popularmente como acerola ou aceroleira, é uma fruta que se tornou parte do dia a dia dos brasileiros, mas sua origem está longe daqui. Natural das Ilhas do Caribe, América Central e Norte da América do Sul, a acerola foi introduzida no Brasil em 1955, no estado de Pernambuco, a partir de sementes vindas de Porto Rico. No início, não havia intenção de cultivo comercial, mas com o tempo, graças à descoberta do seu alto teor de vitamina C, ela passou a ser cultivada em larga escala.

Hoje, o Brasil é referência mundial na produção de acerola, principalmente na região Nordeste, onde o clima e o solo favorecem a frutificação durante quase todo o ano.

Distribuição Geográfica:

Norte (Acre)
Nordeste (Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí)
Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo)
Sul (Paraná)

Espécie exótica: Nativa do Caribe

Tipo de Vegetação:

Área Antrópica 

Suas características

A aceroleira é uma planta de clima tropical, preferindo temperaturas médias de 26 ºC e chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Trata-se de um arbusto ou pequena árvore, que produz frutos pequenos, arredondados e avermelhados, com polpa suculenta e sabor levemente ácido.

Essa planta se adapta bem a diferentes tipos de solos, mas desenvolve-se melhor em regiões com boa drenagem e fertilidade equilibrada.

Usos da Acerola

A acerola é considerada um verdadeiro tesouro nutricional. Rica em vitamina C, ela fortalece o sistema imunológico, ajuda na prevenção de gripes e resfriados e contribui para a absorção de ferro no organismo, sendo uma fruta funcional muito valorizada. Na alimentação, é consumida in natura, mas também é amplamente utilizada na indústria de alimentos para produção de sucos, polpas congeladas, doces, geleias e sorvetes.

Seu potencial não se limita à alimentação; devido à alta concentração de antioxidantes, a acerola também é usada pela indústria cosmética, principalmente em produtos voltados para o cuidado da pele e prevenção do envelhecimento precoce. Além de tudo isso, seu cultivo gera inúmeros empregos, principalmente no período de safra, sendo fonte de renda para pequenos e médios produtores rurais e fortalecendo a economia de diversas regiões brasileiras.

 

Referência:

REFLORA – JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Consulta pública: Acerola. s.d. Disponível em: <https://acesse.one/1bFLz>. Acesso em: 04 jul. 2025.

SOUZA, A. M. F. de; BONFIM, I. M.; PONTE, K. M. A.; BARBOSA, I. V.; SOUZA, F. D. C.; OLIVEIRA, T. F. Cultivares de Malpighia emarginata DC. nos Tabuleiros Litorâneos, Piauí, Brasil. *Contribuciones a las Ciencias Sociales*, v. 17, n. 2, p. 325–334, 2024. Disponível em: <https://ojs.revistacontribuciones.com/ojs/index.php/clcs/article/view/2893>. Acesso em: 04 jul. 2025. DOI: https://doi.org/10.55905/revconv.17n.2-325.

IPÊ-ROSA (Handroanthus heptaphyllus)


O Handroanthus heptaphyllus, popularmente conhecido como ipê-rosa, é uma das espécies arbóreas mais emblemáticas da flora sul-americana. Sua floração, que ocorre antes do surgimento das folhas, proporciona um espetáculo visual que ilumina as paisagens durante o fim do inverno e início da primavera em tons que variam do rosa intenso ao quase branco.

Distribuição Geográfica:

Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco)

Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)

Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)

Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)

Domínios Fitogeográficos: Cerrado, Mata Atlântica, Pampa

Espécie Nativa

Tipo de Vegetação:

Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)

Suas características

O ipê-rosa é uma árvore de porte médio a grande, podendo atingir entre 10 e 30 metros de altura, com tronco robusto e casca grossa e fissurada. Suas folhas são compostas por 5 a 7 folíolos elípticos com margem serrilhada, de um verde intenso que contrasta com o tom vibrante das flores. 


O ipê-rosa possui um mecanismo de dispersão com sementes aladas que se espalham pelo vento por grandes distâncias, garantindo a propagação da espécie em vários tipos de ambientes, do cerrado à mata atlântica. A floração ocorre geralmente entre junho e agosto, variando conforme a região, com flores que vão do rosa forte a tons mais claros, quase brancos.

Além da beleza, essas flores são verdadeiros atrativos para polinizadores, como abelhas, borboletas e beija-flores, contribuindo para a biodiversidade local. É uma espécie que prefere solos profundos, férteis e bem drenados, e é bastante resistente à seca após o estabelecimento. 

Usos do Ipê-rosa

Na arborização urbana e paisagismo, o ipê-rosa é uma escolha frequente para parques, avenidas e jardins, graças ao seu impacto visual e à sombra que oferece. Seu cultivo é relativamente simples, com sementes que germinam rapidamente, desde que plantadas logo após a colheita, em locais com bastante luz solar e solo bem drenado.

Além de sua função ornamental em projetos de arborização urbana, parques e áreas verdes, o ipê-rosa é reconhecido pela qualidade superior de sua madeira. Esta possui alta densidade, resistência e durabilidade, sendo amplamente empregada na construção civil, mobiliário, pisos, decks e até em trabalhos náuticos.

Além disso, na medicina popular, partes da árvore, como a casca e folhas, são usadas para o tratamento de diversas condições, incluindo inflamações e gripes.


Referência:

FLORA DO BRASIL – JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Consulta pública: Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos. s.d. Disponível em: <https://l1nk.dev/gk2AD>. Acesso em: 01 jul. 2025.

JARDIM COR. Handroanthus heptaphyllus. 19 set. 2024. Disponível em: <https://www.jardimcor.com/catalogo-de-especies/handroanthus-heptaphyllus/>. Acesso em: 04 jul. 2025.

REFLORESTA VINHEDO. Ipê-rosa. s.d. Disponível em: <https://www.reflorestavinhedo.org/fichas-de-arvores/iperosa>. Acesso em: 04 jul. 2025.

IPÊ-BRANCO (Handroanthus roseoalbus)


O ipê-branco, também conhecido como pau-d’arco ou ipê-do-cerrado, é famoso por sua floração branca ou levemente rosada que acontece entre agosto e outubro, período em que a árvore está totalmente sem folhas, criando um espetáculo único na paisagem do Cerrado e da Caatinga. Curiosamente, essa espécie pode florescer mais de uma vez ao ano, prolongando seu efeito ornamental nas áreas onde está presente.

Distribuição Geográfica:

Norte (Pará, Tocantins)

Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)

Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)

Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)

Domínios Fitogeográficos: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica

Espécie Nativa

Tipo de Vegetação:

Área Antrópica, Carrasco, Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Decidual

Suas características

O ipê-branco (Handroanthus roseo-albus) pertence à família Bignoniaceae e é uma árvore que varia de 5 a 25 metros de altura. Suas folhas medem entre 10 e 15 cm, possuem formato largo-elíptico a oval, com base arredondada. É uma espécie decídua, ou seja, perde suas folhas durante a estação seca como mecanismo de defesa para reduzir a perda de água. Cada flor tem curta duração, mas a árvore pode apresentar dois ou mais ciclos de floração no mesmo período, permanecendo florida por longos meses. Suas sementes possuem asas membranáceas, o que permite que permaneçam mais tempo no ar, garantindo uma dispersão mais ampla pelo vento. Apesar de toda sua beleza e importância ecológica, o ipê-branco sofre com a exploração ilegal de sua madeira, o que reforça a necessidade de práticas de manejo sustentável para sua conservação.


Em relação à origem e habitat, o ipê-branco é nativo do Brasil, mas também ocorre na Bolívia, Paraguai e Peru. É comumente encontrado em áreas abertas do Cerrado e da Caatinga, principalmente em solos secos, pedregosos, calcários e afloramentos rochosos. Na Caatinga nordestina, aparece de forma esparsa, enquanto em terrenos cascalhentos das margens do Pantanal Mato-grossense é mais frequente.

Usos do Ipê-branco

O ipê-branco possui múltiplos usos que vão além de sua função ornamental, sendo amplamente utilizado em paisagismo urbano para embelezar praças e avenidas com sua floração exuberante. Sua madeira é muito resistente e durável, sendo empregada na construção civil, na fabricação de mourões, pontes, assoalhos e bengalas, além de produzir carvão de excelente qualidade.

Na medicina tradicional, estudos indicam propriedades farmacológicas em seus compostos, com potencial para combater microrganismos patogênicos, o que reforça seu valor cultural e medicinal. Além disso, devido à sua alta capacidade de adaptação a solos pobres e pedregosos, tornou-se uma espécie essencial em programas de recuperação de áreas degradadas, conciliando benefícios ecológicos, paisagísticos e de preservação ambiental.

 

Referência:

FLORA DO BRASIL – JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Consulta pública: Tabebuia roseoalba. s.d. Disponível em: < https://l1nk.dev/3JzX4>. Acesso em: 01 jul. 2025.

FLORA DO BRASIL – JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Consulta pública: Tabebuia roseoalba. s.d. Disponível em: < https://acesse.one/3JzX4>. Acesso em: 01 jul. 2025.

APREMAVI. Ipê-branco: floração espetacular na Mata Atlântica. 29 fev. 2024. Disponível em: <https://apremavi.org.br/ipe-branco-floracao-espetacular-na-mata-atlantica/>. Acesso em: 01 jul. 2025.

FOTÓGRAFO DESCONHECIDO. [Fotografia de Handroanthus roseo-albus]. s.d. Disponível em: <https://cdn.awsli.com.br/2500x2500/998/998380/produto/43636008/f4bdfaa897.jpg>. Acesso em: 04 jul. 2025.


IPÊ-AMARELO (Handroanthus chrysotrichus)


O Handroanthus chrysotrichus, conhecido popularmente como ipê-amarelo, é uma das espécies arbóreas mais representativas do Brasil. Sua floração intensa e amarela transforma ruas, avenidas e áreas naturais em verdadeiros espetáculos visuais, sendo amplamente utilizado em projetos paisagísticos urbanos. Seu nome científico tem origem grega e significa “cabelos dourados”. Isso porque chryso vem de “ouro” e trichus de “cabelos”, em referência aos seus pelos dourados presentes em suas estruturas jovens.

Distribuição Geográfica:

Nordeste (Bahia, Paraíba, Pernambuco)

Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)

Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)

Domínios Fitogeográficos: Cerrado, Mata Atlântica, Pampa

Espécie Nativa

Tipo de Vegetação:

Carrasco, Cerrado (lato sensu), Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Restinga, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos

Suas características

O ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus) é uma árvore decídua, que pode alcançar até 35 metros de altura e 1,30 metros de diâmetro, embora geralmente seja menor em ambientes urbanos. Possui tronco tortuoso, com casca acinzentada, fissurada e descamante, além de folhas compostas digitadas, com 3 a 7 folíolos cobertos por pelos dourados em ambas as faces. Suas flores amarelo-ouro aparecem em grande quantidade, principalmente entre agosto e novembro, formando paisagens de beleza única.

O fruto é uma cápsula alongada, de onde se dispersam sementes aladas pelo vento. Essa espécie é heliófila, ou seja, precisa de bastante luz para crescer, tem crescimento lento, madeira muito densa e resistente, além de tolerar baixas temperaturas.

Um aspecto biológico interessante é sua capacidade de apresentar poliembrionia, ou seja, mais de um embrião por semente, algumas chegam a gerar até cinco mudas por semente germinada. Além disso, suas flores são importantes recursos para polinizadores como abelhas nativas (Trigona spinipes) e beija-flores, reforçando sua relevância ecológica. Em países de língua inglesa, é conhecido como trumpet tree, em referência ao formato campanulado de suas flores. Por suas características, é muito utilizada em reflorestamentos, arborização urbana e projetos paisagísticos.

Usos do Ipê-amarelo

Sua madeira, considerada muito dura, densa e resistente, é utilizada na construção civil, carpintaria, marcenaria, fabricação de móveis, vigamentos, postes, cabos de ferramentas e até mastros de barcaça. Além disso, produz carvão de excelente qualidade.

Na medicina popular, a casca é utilizada em gargarejos para tratar inflamações bucais, por possuir propriedades adstringentes. Também é fonte de corante para tingir tecidos como seda e algodão.

No campo ambiental, o ipê-amarelo é recomendado para recuperação de áreas degradadas e restauração de matas ciliares, pois sua presença fortalece a biodiversidade local. Já no paisagismo, encanta ruas, praças e jardins com sua floração vibrante, sendo amplamente plantado em vias públicas e áreas verdes, agregando beleza, biodiversidade e identidade aos espaços urbanos.

 

Referência:

FLORA DO BRASIL – JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Consulta pública: Handroanthus chrysotrichus. s.d. Disponível em: <https://l1nk.dev/clzhD>. Acesso em: 01 jul. 2025.

EMBRAPA. Espécies arbóreas brasileiras. Vol. 2 – Referências. 2016. Disponível em: <https://www.embrapa.br/documents/1355099/54244086/Especies+Arb%C3%B3reas+Brasileiras+vol+2+-+Refer%C3%AAncias/f315b885-37f0-cf24-8863-57b256d1bea8>. Acesso em: 01 jul. 2025.