quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Impacto das chuvas em janeiro e fevereiro de 2024 em Paulo Afonso-BA: Desafios e oportunidades

As chuvas generosas que abençoaram a região de Paulo Afonso apresentaram um duplo cenário de desafios e oportunidades, conforme análise aprofundada sobre o volume acumulado em janeiro e fevereiro de 2024, evidenciando não apenas os benefícios, mas também os desafios enfrentados pelas comunidades.

Para compreender plenamente o impacto das chuvas, é essencial analisar a distribuição do acumulado nos diversos povoados e da área urbana de Paulo Afonso-BA, seguindo os dados da Rede de Monitoramento Pluviométrico.

Nos dois meses iniciais de 2024 os registros pluviométricos apresentaram uma variação significativa entre as localidades monitoradas, conforme distribuição do acumulado de chuvas (janeiro e fevereiro) abaixo:

•          Várzea: 475 mm

•          Juá: 382 mm

          BTN 2: 353 mm

•          Centro/UniRios: 352 mm

          Matinha: 301 mm

•          Baixa do Boi: 277 mm

•          Sítio do Tará: 233 mm


Comparativo com 2023 - Área Urbana (Centro/UniRios)

O acumulado de chuvas na área urbana de Paulo Afonso, especificamente no Centro/UniRios, atingiu 352 mm nos primeiros dois meses de 2024. Essa marca representa um aumento notável em relação ao acumulado de 2023, quando o total anual foi de 294 mm. Em termos percentuais, o volume de chuvas em 2024 superou o ano anterior em aproximadamente 20%, destacando a intensidade excepcional das precipitações em dois meses deste ano.

Impactos positivos:

A distribuição variada do acumulado de chuvas possibilita ao setor agrícola melhorias na produtividade e qualidade das colheitas. Além disso, as chuvas contribuíram significativamente para o reabastecimento dos níveis de água das barragens locais, essenciais para a dessedentação animal, e outros usos pelos agricultores e pecuaristas.

Desafios enfrentados:

Contudo, o volume substancial de chuvas trouxe consigo desafios consideráveis. As estradas vicinais foram interrompidas, prejudicando a mobilidade em áreas rurais. Enchentes ocasionais também afetaram algumas regiões, exigindo respostas rápidas e coordenadas das autoridades locais. 


Impactos em localidades sem o monitoramento pluviométrico:

O alcance das chuvas não se limitou às áreas monitoradas, como os povoados Barriga, Bogó, Baixa Verde, Sítio do Lúcio, Campos Novos, Nambebé, Arrastapé, entre outros.

Nessas localidades, não cobertas pela rede de monitoramento, as chuvas provocaram inundações em casas e fazendas, resultando em perdas materiais significativas. Além disso, as estradas que ligam esses povoados ao centro de Paulo Afonso foram bloqueadas, isolando essas comunidades e demandando ações emergenciais para a restauração da infraestrutura viária.

Foto: Ivelize Gomes

Contribuição inestimável da rede de monitoramento

A Rede de Monitoramento Pluviométrico, composta por voluntários da área rural e pelo G7 Ambiental no UniRios e no BTN 2, desempenha um papel fundamental na coleta precisa desses dados, fornecendo informações cruciais para a tomada de decisões na comunidade.

Gestão hídrica consciente:

Enquanto celebra os benefícios das chuvas, a comunidade mantém um enfoque consciente na gestão hídrica e na prevenção de inundações. As autoridades locais utilizam os dados detalhados para implementar estratégias equilibradas e adaptativas, buscando minimizar os impactos negativos em todas as localidades.

Nesse sentido os volumes substanciais de chuvas nos primeiros meses de 2024 em Paulo Afonso não apenas transformam a paisagem, mas também destacam a importância do monitoramento contínuo para uma gestão eficiente e sustentável dos recursos hídricos.

@g7ambiental