As chuvas generosas que abençoaram a região de Paulo Afonso apresentaram um duplo cenário de desafios e oportunidades, conforme análise aprofundada sobre o volume acumulado em janeiro e fevereiro de 2024, evidenciando não apenas os benefícios, mas também os desafios enfrentados pelas comunidades.
Para compreender plenamente o impacto das chuvas, é essencial analisar a distribuição do acumulado nos diversos povoados e da área urbana de Paulo Afonso-BA, seguindo os dados da Rede de Monitoramento Pluviométrico.
Nos dois meses
iniciais de 2024 os registros pluviométricos apresentaram uma variação
significativa entre as localidades monitoradas, conforme distribuição do acumulado
de chuvas (janeiro e fevereiro) abaixo:
• Várzea: 475 mm
• Juá: 382 mm
• BTN 2: 353 mm
• Centro/UniRios: 352 mm
• Matinha: 301 mm
• Baixa do Boi: 277 mm
• Sítio do Tará: 233 mm
Comparativo com 2023 - Área Urbana (Centro/UniRios)
O acumulado de
chuvas na área urbana de Paulo Afonso, especificamente no Centro/UniRios,
atingiu 352 mm nos primeiros dois meses de 2024. Essa marca representa um
aumento notável em relação ao acumulado de 2023, quando o total anual foi de
294 mm. Em termos percentuais, o volume de chuvas em 2024 superou o ano
anterior em aproximadamente 20%, destacando a intensidade excepcional das
precipitações em dois meses deste ano.
Impactos positivos:
A distribuição
variada do acumulado de chuvas possibilita ao setor agrícola melhorias na produtividade e qualidade das colheitas.
Além disso, as chuvas contribuíram significativamente para o reabastecimento
dos níveis de água das barragens locais, essenciais para a dessedentação
animal, e outros usos pelos agricultores e pecuaristas.
Desafios enfrentados:
Contudo, o volume
substancial de chuvas trouxe consigo desafios consideráveis. As estradas
vicinais foram interrompidas, prejudicando a mobilidade em áreas rurais.
Enchentes ocasionais também afetaram algumas regiões, exigindo respostas
rápidas e coordenadas das autoridades locais.
Impactos em localidades sem o monitoramento
pluviométrico:
O alcance das chuvas
não se limitou às áreas monitoradas, como os povoados Barriga, Bogó, Baixa
Verde, Sítio do Lúcio, Campos Novos, Nambebé, Arrastapé, entre outros.
Nessas localidades,
não cobertas pela rede de monitoramento, as chuvas provocaram inundações em
casas e fazendas, resultando em perdas materiais significativas. Além disso, as
estradas que ligam esses povoados ao centro de Paulo Afonso foram bloqueadas,
isolando essas comunidades e demandando ações emergenciais para a restauração
da infraestrutura viária.
Contribuição inestimável da rede de monitoramento
A Rede de
Monitoramento Pluviométrico, composta por voluntários da área rural e pelo G7
Ambiental no UniRios e no BTN 2, desempenha um papel fundamental na coleta
precisa desses dados, fornecendo informações cruciais para a tomada de decisões
na comunidade.
Gestão hídrica consciente:
Enquanto celebra os
benefícios das chuvas, a comunidade mantém um enfoque consciente na gestão
hídrica e na prevenção de inundações. As autoridades locais utilizam os dados
detalhados para implementar estratégias equilibradas e adaptativas, buscando
minimizar os impactos negativos em todas as localidades.
Nesse sentido os
volumes substanciais de chuvas nos primeiros meses de 2024 em Paulo Afonso não
apenas transformam a paisagem, mas também destacam a importância do
monitoramento contínuo para uma gestão eficiente e sustentável dos recursos
hídricos.
@g7ambiental